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Circular na reserva de combustível: quantos km consegues e que riscos corres

Circular na reserva de combustível: quantos km consegues e que riscos corres

Deixar a luz da reserva acender antes de abastecer é um hábito comum - e muitas vezes um teste à sorte. Mas quantos quilómetros consegues realmente percorrer depois de a luz avisar? E quais os perigos reais de circular frequentemente com pouco combustível?

Neste artigo explicamos a autonomia típica na reserva, os danos que isso pode causar ao automóvel e dicas práticas para evitar problemas e despesas desnecessárias.

O que significa a luz da reserva

A luz da reserva indica que o combustível atingiu um nível baixo - normalmente entre 10 % e 15 % da capacidade do depósito, dependendo do modelo. Em termos reais, isto costuma corresponder a cerca de 5 a 8 litros disponíveis, embora o valor varie muito entre automóveis.

Quantos quilómetros consegues percorrer na reserva?

A autonomia depois da luz da reserva depende de vários factores (capacidade do depósito, consumo médio do veículo, tipo de condução):

  • Média habitual: entre 50 e 80 km após a luz acender.
  • Carros pequenos e muito eficientes: podem chegar aos 80 km ou mais, se a condução for calma.
  • SUV e veículos maiores: tendem a ficar mais perto dos 50 km.
  • Condução agressiva, trânsito urbano, subidas ou carga extra: reduzem significativamente essa autonomia.

Riscos de andar frequentemente na reserva

Circular repetidamente com pouco combustível não é apenas desconfortável - pode causar avarias dispendiosas e aumentar o risco de imobilização em locais perigosos.

Principais riscos:

  • Acúmulo de sujidade no fundo do depósito: com o tempo, impuridades acumuladas no fundo do tanque podem ser aspiradas, entupindo filtros e injetores.
  • Sobreaquecimento da bomba de combustível: a bomba submersa é arrefecida pelo próprio combustível; com pouco líquido à volta, trabalha mais quente e pode avariar.
  • Perda de alimentação do motor: em curvas, subidas ou manobras a pequena quantidade remanescente pode deslocar-se e provocar falhas momentâneas ou paragem.
  • Risco de ficar imobilizado: parar no meio da estrada ou numa berma é perigoso e uma das causas mais frequentes de assistência em viagem.
  • Possíveis implicações legais: se a imobilização causar perigo ou perturbação do trânsito, poderão decorrer coimas conforme o Código da Estrada.

Quanto pode custar reparar os danos causados pela falta de combustível?

Pagar pouco na bomba pode sair muito mais caro se houver danos. Valores orientativos:

  • Substituição da bomba de combustível: entre 250 € e 600 € (pode subir em modelos mais recentes).
  • Limpeza ou substituição de injetores: cerca de 100 € a 300 €.
  • Intervenções adicionais em sistemas eletrónicos ou filtros podem aumentar a fatura.

Estes custos variam por modelo, mão de obra e peça original vs aftermarket e, em carros modernos, os componentes eletrónicos tornam as reparações ainda mais dispendiosas.

Boas práticas para evitar ficar na reserva e proteger o carro

  • Abastece antes da luz da reserva acender. É a regra mais simples e eficaz.
  • Mantém pelo menos 1/4 do depósito em viagens longas ou se fores para zonas com menos postos.
  • Planeia paragens de abastecimento em autoestrada ou percursos desconhecidos.
  • Consulta o manual do carro para saber a autonomia típica da reserva do teu modelo.
  • Evita abusar da reserva se fazes muitas viagens curtas (onde a sucção de resíduos é maior).
  • Se ficares sem combustível, pede assistência e evita reabastecer com recipientes de origem duvidosa - podes introduzir impurezas.

O que fazer se já circulaste na reserva frequentemente

Se tens o hábito de chegar frequentemente na reserva, considera estas ações preventivas:

  • Fazer uma revisão ao sistema de combustível (filtros, bomba, injetores).
  • Substituir o filtro de combustível de acordo com as recomendações da oficina.
  • Abastecer em postos de confiança para reduzir risco de combustível contaminado.
  • Se notares falhas de motor, procurar a oficina antes que o problema piore.

Circular na reserva pode funcionar como uma solução pontual, mas transformá-la em hábito é arriscado.

Ler também: Combustíveis aditivados: valem a pena?

Miguel Braga
Miguel Braga
Miguel Braga integra a equipa editorial da Auto.pt, é licenciado em Comunicação Empresarial e sempre manteve uma forte ligação ao mundo automóvel, uma das suas áreas de eleição.

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