Levas sacos ou caixas no banco do carro? Descobre o que a lei realmente diz

Quem nunca colocou uma caixa, sacos de compras ou até mercadorias maiores no banco de passageiros por falta de espaço na bagageira? Esta prática é comum, mas pode trazer mais riscos do que imaginas.
Mas afinal, o que diz a lei portuguesa sobre levar mercadorias no banco de passageiros? E em que situações é mesmo proibido ou altamente desaconselhado? Neste artigo explicamos tudo: da legislação às penalizações, dos perigos escondidos às formas mais seguras de transportar carga no carro.
O que diz a lei portuguesa sobre transportar mercadoria no banco
De acordo com o Código da Estrada, o transporte de pessoas e carga deve respeitar regras específicas de segurança:
- Artigo 54.º - só é permitido transportar passageiros em lugares destinados para esse efeito, com bancos e cintos de segurança.
- Artigo 56.º - a carga deve ser acondicionada de forma a não prejudicar a condução, não reduzir a visibilidade, não colocar em risco a segurança e não comprometer o equilíbrio do veículo.
Isto significa que colocar mercadoria no banco de passageiros não é, por si só, ilegal, desde que o veículo não transporte pessoas nesse lugar e que a carga esteja bem acondicionada.
Os riscos e perigos reais de levar carga no banco
Colocar mercadorias no banco de passageiros pode parecer inofensivo, mas na prática representa riscos sérios para a segurança:
- Objetos tornam-se projéteis: numa travagem brusca ou colisão, um objeto de 5 kg pode atingir os ocupantes com a força equivalente a mais de 100 kg.
- Interferência com os airbags: se o banco da frente tiver um airbag ativo, a abertura pode projetar a mercadoria contra o condutor ou partir vidros.
- Bancos e encostos sobrecarregados: volumes pesados pressionam o banco de forma incorreta e, em impacto, podem causar falha estrutural.
- Redução da visibilidade: caixas ou volumes altos nos bancos traseiros bloqueiam o campo de visão do condutor para trás.
- Maior instabilidade do carro: transportar carga solta e mal distribuída altera o centro de gravidade e compromete o comportamento em curva ou travagem.
Quando (ou se) é tolerável - e como minimizar riscos
Apesar dos perigos, há situações em que transportar mercadoria no banco pode ser inevitável, como em mudanças rápidas ou quando a bagageira não tem espaço suficiente. Nestes casos, é essencial reduzir ao máximo os riscos:
- Optar por cargas leves e compactas: garrafões, caixas pequenas ou sacos não representam o mesmo risco que objetos pesados ou pontiagudos.
- Fixar sempre a mercadoria: usar o cinto de segurança do banco, redes elásticas ou suportes para impedir que o objeto se mova em curvas ou travagens.
- Colocar a carga o mais baixa possível: objetos no chão do banco traseiro são menos perigosos do que em cima do assento.
- Evitar interferir com airbags: nunca colocar volumes no banco da frente se o airbag do passageiro estiver ativo.
- Distribuir o peso: não concentrar toda a carga num só lado do carro, para manter a estabilidade.
Ou seja, quando não há alternativa, é possível transportar mercadoria no banco, mas só com bom senso, carga leve e devidamente presa.
Exemplos práticos e penalizações
A fiscalização rodoviária em Portugal tem vindo a alertar para os riscos do transporte incorreto de carga. Alguns exemplos ajudam a perceber as consequências:
- Caixas no banco traseiro sem fixação: se a polícia considerar que a carga pode projetar-se em caso de travagem ou que dificulta a visibilidade, aplica uma coima que pode ir dos 120 € aos 600 €.
- Mercadorias pesadas no banco dianteiro: além da multa, o veículo pode ser imobilizado se a carga bloquear o funcionamento do airbag ou impedir o uso correto do cinto de segurança.
- Veículos comerciais ligeiros: mesmo nestes casos, se a mercadoria for transportada fora do compartimento de carga e em locais destinados a passageiros, a infração é considerada grave.
- Reincidência: transportar carga de forma perigosa de forma repetida pode agravar as penalizações e até levar a sanções adicionais para empresas de transporte.
Estes casos mostram que usar os bancos como “bagageira extra” pode sair caro, não só em multas mas também em termos de responsabilidade em caso de acidente.
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