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Tesla vs Waymo: a corrida pelos Robôtaxis

Tesla vs Waymo: a corrida pelos Robôtaxis

O futuro da mobilidade autónoma está a ser desenhado por duas das empresas mais influentes do setor, mas com estratégias totalmente distintas. De um lado, a Tesla, que aposta numa expansão rápida dos seus robotaxis, suportada por uma inteligência artificial baseada apenas em câmaras. Do outro, a Waymo, que prefere um avanço mais cauteloso, com recurso a mapas altamente detalhados e sensores adicionais para garantir maior segurança e previsibilidade.

O que está em jogo no mercado dos robotaxis?

O mercado dos robotaxis é visto por analistas como uma das maiores oportunidades da mobilidade nos próximos anos. Estima-se que, a nível global, possa movimentar trilhões de dólares ao longo dos próximos 15 anos, com potencial para transformar não apenas a forma como as pessoas se deslocam, mas também todo o ecossistema de transportes urbanos.

A estratégia da Tesla

A Tesla, liderada por Elon Musk, tem seguido um caminho de rápida expansão para os seus serviços de mobilidade autónoma. Em junho de 2025, a marca lançou em Austin o seu primeiro serviço piloto de robotaxis, com a promessa de que estará disponível para metade da população dos EUA até ao final do ano.

O modelo da Tesla assenta numa abordagem descrita por Musk como “hiper-exponencial”, baseada apenas em câmaras e inteligência artificial para interpretar o ambiente, sem depender de mapas detalhados ou sensores adicionais. Esta filosofia permite reduzir os custos e acelerar a implementação em novas cidades, ao evitar os longos processos de mapeamento e testes locais.

Tesla Cybertaxi - robotaxi da tesla vista de traseira

A ambição da Tesla é clara: alcançar milhões de robotaxis autónomos em circulação até 2028, transformando a sua vasta frota de veículos já vendidos numa rede de transporte autónomo global.

A estratégia da Waymo

A Waymo, subsidiária da Alphabet (empresa-mãe da Google), segue um caminho bem diferente da Tesla. O seu primeiro serviço de robotaxis foi lançado em Phoenix há mais de oito anos, e desde então expandiu-se de forma cautelosa para novas cidades. Atualmente, cobre áreas que representam apenas 3% da população dos EUA, mas foca-se em garantir fiabilidade e segurança.

A estratégia da Waymo baseia-se em mapeamento detalhado, simulações em larga escala e testes em pista antes de cada implementação. Este cuidado permite que os seus veículos estejam preparados para lidar com peculiaridades locais, como inclinações acentuadas em São Francisco ou situações específicas do tráfego urbano.

Robo taxi da waymo

Embora o crescimento seja lento, a Waymo construiu uma reputação de maior segurança, com uma rede que privilegia consistência em vez de velocidade. O objetivo da empresa é consolidar a confiança pública e regulatória antes de apostar numa expansão mais agressiva.

Segurança em debate

A segurança é o ponto central na disputa entre Tesla e Waymo. A Tesla defende que o seu sistema autónomo reage “como um humano”, apoiando-se exclusivamente em câmaras e algoritmos de inteligência artificial para interpretar o ambiente. A promessa é que a tecnologia aprenda continuamente, tornando-se cada vez mais precisa com a experiência acumulada da frota.

Já a Waymo aposta numa abordagem mais complexa: combina sensores LIDAR, radares e mapas de alta definição para reduzir margens de erro. A empresa argumenta que esta redundância garante maior fiabilidade e permite antecipar situações inesperadas no trânsito.

Ambas as estratégias, no entanto, enfrentam críticas. A Tesla é acusada de lançar o serviço antes da tecnologia estar totalmente pronta, o que pode atrasar a sua escalabilidade. A Waymo, por outro lado, já enfrentou incidentes em cidades como Austin, incluindo veículos que ignoraram ordens da polícia ou que ficaram bloqueados em ruas inundadas, levantando dúvidas sobre a sua adaptabilidade.

As autoridades locais acompanham o tema com cautela, alertando que a transição para serviços autónomos em larga escala ainda levanta riscos à segurança pública.

O que dizem os analistas?

Entre especialistas, há consenso de que tanto a Tesla como a Waymo têm pontos fortes e fragilidades nas suas estratégias. A Waymo é vista como a opção mais segura e realista a curto prazo, mas a sua expansão lenta e os elevados custos de mapeamento detalhado limitam o alcance imediato.

Já a Tesla apresenta um modelo considerado mais arriscado, ao depender exclusivamente de câmaras e IA, mas também mais barato e escalável. Se conseguir resolver os problemas técnicos e garantir a confiança das autoridades reguladoras, poderá tornar-se a empresa com maior capacidade de crescimento na segunda metade da década.

As previsões apontam que a Waymo continuará a liderar em termos de fiabilidade nos próximos anos, mas que a Tesla poderá ultrapassar a sua quota de mercado até ao final da década, caso cumpra os prazos ambiciosos anunciados por Elon Musk.

Ler também: O novo "cão-robô" que vai revolucionar a fábrica da Mercedes

Miguel Braga
Miguel Braga
Miguel Braga integra a equipa editorial da Auto.pt, é licenciado em Comunicação Empresarial e sempre manteve uma forte ligação ao mundo automóvel, uma das suas áreas de eleição.

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